Renascença do Norte
1. Jan Van Eyck
Jan van Eyck nasceu em Maaseik, perto de Liège, Flandres, antes de 1395. Durante muito tempo foi tido como o autor do chamado Livro de horas Milão-Turim, mas pesquisas posteriores demonstraram a incerteza de tal suposição.
A primeira informação segura a respeito da vida de Jan van Eyck foi sua nomeação como pintor oficial de João da Baviera, conde de Holanda, em 1422. Três anos mais tarde entrou para o serviço do duque de Borgonha, Felipe o Bom, para quem realizou várias missões diplomáticas secretas na Espanha e em Portugal.
Em 1431, Jan van Eyck comprou uma casa em Bruges (capital de Flandres Ocidental e importante centro comercial desde o Século 13), onde se casou e fixou residência.
As únicas obras conservadas de Van Eyck correspondem à última década de sua vida. A mais antiga e conhecida é o políptico "A adoração do Cordeiro místico" (1432) da igreja de são Bavo, em Gand, retábulo complexo que despertou controvérsias por causa da inscrição que atribui sua realização ao suposto irmão de Jan, Hubert van Eyck.
Embora documentos atestem a existência de Hubert van Eyck, sua intervenção na obra e a relação familiar com Jan permanecem polêmicas. O políptico de Gand, de qualquer modo, revela o naturalismo de Jan van Eyck, talvez influenciado pelo estilo de Robert Campin, e a tendência a introduzir na pintura elementos religiosos simbólicos de difícil interpretação.
O apogeu da arte de Jan van Eyck ocorreu com obras posteriores, como "Retrato de um jovem" (1432), "O casamento de Giovanni Arnolfini e Giovanna Cenami" (1434), "Madona do cônego Van der Paele" (1434-1436) e "Madona na fonte" (1439). Jan van Eyck morreu em Bruges, em julho de 1441.
2. Bosch
Hieronymus Bosch, também conhecido como Jeroen Bosch, (c. 1450 - Agosto de 1516), foi um pintor e gravador holandês dos séculos XV e XVI. Muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais e imaginativas, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo. Especula-se que terá sido uma das fontes do movimento surrealista do século XX.
Seu nome verdadeiro era Hieronymus (ou Jeroen) van Aken. Ele assinou algumas das suas peças como Bosch (pronuncia-se como boss em neerlandês), derivado da sua terra natal, Hertogenbosch. Em Espanha é também conhecido como El Bosco.
Sabe-se muito pouco sobre a sua vida. A não existência de documentos comprovativos de o pintor ter trabalhado fora de Hertogenbosh levam a que se pense que Bosch tenha vivido sempre na sua cidade natal. Aí se terá iniciado nas lides da pintura na oficina do pai (ou de um tio), que também era pintor. Foi especulado, ainda que sem provas concretas, que o pintor terá pertencido a uma (das muitas) seitas que na época se dedicavam às ciências ocultas. Aí teria adquirido inúmeros conhecimentos sobre os sonhos e a alquimia, tendo-se dedicado profundamente a esta última. Existem registos de que em 1504 Filipe o Belo da Borgonha encomendou a Bosch um altar que deveria representar o Juízo final, o Céu e o Inferno. A obra, actualmente perdida (sem unanimidade julga-se que um fragmento da obra corresponde a um painel em Munique), valeu ao pintor o reconhecimento e várias encomendas posteriores. Os primeiros críticos de Bosch conhecidos foram os espanhóis Filipe de Guevara e Pedro de Singuenza. Por outro lado, a grande abundância de pinturas de Bosch em Espanha é explicada pelo facto de Filipe II de Espanha ter colecionado avidamente as obras do pintor.
Bosch é considerado o primeiro artista fantástico e tido como inspirador do surrealismo no século XX.
3. Bruegel
Pieter Brueghel "o velho" (Breda, 1525/1530 — Bruxelas, 9 de setembro de 1569) foi um pintor flamengo, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo.
Pieter Bruegel, conhecido como Pieter Bruegel "o velho" (para distingüi-lo de seu filho mais velho), foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Assinou como Brueghel até 1559, depois seus filhos retiraram o "h" do sobrenome.
Pieter Bruegel "o velho", considerado como um dos melhores pintores flamengos do século XVI é o membro mais importante da família. Provavelmente nasceu em Breda, Países Baixos (popularmente conhecida como Holanda[1]).
Foi admitido como mestre na Guilda de São Lucas com 26 anos, em 1551 e aprendiz de Coecke Van Aelst, artista de Antuérpia, escultor, arquiteto e "designer" de tapeçarias e vitrais. É nesta altura que Bruegel viaja para Itália onde produz uma série de pinturas, a maior parte das quais representando paisagens. A sua primeira obra assinada e datada foi produzida em Roma, em 1553.
Em 1553, se estabeleceu em Antuérpia e dez anos depois mudou para Bruxelas permanentemente. Casou-se com Mayken em 1563, filha de Van Aelst, seu mestre.
Os seus quadros, que realçam o absurdo na vulgaridade, estão no entanto plenos de animação e pequenos detalhes, expondo as fraquezas e loucuras humanas. Sua fama cresceu através das gravuras publicadas por Cock, mas a sua paixão pela figura humana (não abandonando, no entanto o seu interesse pelas paisagens) tornou-o o mais representativo pintor flamengo do século XVI.