Arte Paleocristã e Bizantina
Como eram perseguidos pelos romanos, os cristãos primitivos se valeram de símbolos específicos para se comunicar. Esses símbolos, só eles conheciam.
Um símbolo é um signo que foi re-codificado por um grupo e que só tem valor para aquele grupo. Assim, os cristãos criaram uma simbologia própria, que deu as bases, posteriormente, para a iconografia cristã.
Encontramos esses símbolos nas catacumbas romanas, onde se reuniam para celebrar cultos e conversar.
Os principais signos re-codificados pelos cristãos são:
Cordeiro: uma representação de Cristo, uma vez que, assim, como o Filho de Deus, o cordeiro não emite som algum ao morrer sacrificado.
Bom Pastor: o que cuida das ovelhas, dos cordeiros; aquele que cuida de nós, que nos guia: uma alusão à Cristo.
Peixe: em grego, peixe se escreve YCHTYS, que é uma espécie de abreviação de YESUS CHRISTUS TEOS YOS SOTER, ou seja: Jesus Cristo Deus Filho Salvador.
Fênix: apropriado de um mito grego, a ave fênix viveria cerca de 500 anos, morreria pelo fogo e depois, misteriosamente, ressuscitaria.
Pavão: a cauda aberta do pavão significaria o começo e o fim de tudo, numa alusão a Cristo que é tudo, o alfa e o ômega.
Âncora: Jesus é a nossa âncora e segurança nesse mundo. Quem o tem, está seguro.
No Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, teremos o desenvolvimento da Igreja Católica Apostólica Romana, enquanto que no Império Romano do Oriente teremos o desenvolvimento da Igreja Ortodoxa.
O que as diferencia é a influência dos chefes da igreja nas decisões políticas.
Em Roma, o papa teoricamente gerenciava apenas a igreja, deixando o poder político para o imperador, enquanto que, no Oriente, o patriarca opinava e governava junto com o imperador.
476 d.C – Roma cai definitivamente em poder dos bárbaros.
Em 391, com a oficialização da religião cristã como a religião do Império Romano, surge o primeiro grande estilo da Idade Média, o chamado estilo Bizantino.
Ele leva esse nome devido à cidade de Bizâncio, onde estava alocado o Império Romano do Oriente.
O estilo bizantino se caracteriza pela exuberância e riqueza dos templos. Como que para se redimir das centenas de cristãos mortos, bem como da própria morte de Cristo, os romanos passaram a construir igrejas extremamente sofisticadas, gigantescas e adornadas com finíssimos mosaicos.
O apogeu da cultura bizantina ocorreu durante o reinado de Justiniano (526-565 d.C.), considerada como a Idade de Ouro do império.
Mosaico
O Mosaico foi uma forma de expressão artística importante no Império Bizantino, principalmente durante seu apogeu, no reinado de justiniano, consistindo na formação de uma figura com pequenos pedaços de pedras colocadas sobre o cimento fresco de uma parede. A arte do mosaico serviu para retratar o Imperador ou a imperatriz, destacando-se ainda a figura dos profetas. Os mosaicos bizantinos eram feitos em vidro, e muitos deles também com ouro.
Igrejas: destaques da arquitetura bizantina
A necessidade de construir Igrejas espaçosas e monumentais determinou a utilização de cúpulas sustentadas por colunas, onde haviam os capitéis, trabalhados e decorados com revestimento de ouro, destacando-se a influência grega.
Pintura
A pintura bizantina não teve grande desenvolvimento, pois assim como a escultura sofreram forte obstáculo devido ao movimento iconoclasta. Encontramos três elementos distintos: os ícones, pinturas em painéis portáteis, com a imagem da Virgem Maria, de cristo ou de santos; as miniaturas, pinturas usadas nas ilustrações dos livros, portanto vinculadas com a temática da obra; e os afrescos, técnica de pintura mural onde a tinta era aplicada no revestimento das paredes, ainda úmidos, garantindo sua fixação. Surge a figura do Cristo Pantocrator, por volta do século V. Cristo é também o Geômetra do Universo. Século 12.
Escultura
Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham.
Referências Bibliográficas:
JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo: Mestre Jou, 1972.