Arte Indiana
Apesar de ser uma arte simples, a Arte Indiana também é cheia de mística e simbologia. Ao Ocidente, a cultura Oriental pode parecer exagerada e sensual, mas mesmo assim vamos descobrindo como apreciar esta liberdade de expressão não habitual.
O principal objetivo da arte da Índia é aproximar o povo de seus deuses, para que possam ser venerados. Contornos, luz, sombra e volume tentam revelar o que há entre a vida e a morte, entre o tempo e a eternidade, e sendo assim, a arte indiana busca elevar os sentidos, as emoções e o espírito.
A arte da Índia influenciou sobre as artes da China, do Japão, Tailândia, Camboja, entre outros. Sobre a religião muçulmana não houve muitas influências, já que esta proíbe a representação da figura humana, justificando-se assim a decoração com motivos geométricos.
Escultura
A partir do século II a.C., e com a chegada do Budismo, a escultura completava a arquitetura monumental em pedra. Destacam-se neste época os capitéis com formas de animais, as varandas em mármore e as portas da Grande Stupa de Sanchi (séc. II a.C.), de relevos delicados e minuciosos trabalhados em marfim.
Os relevos primórdios se tratavam apenas de simples linhas gravadas numa superfície plana, não havia profundidade. Com o passar dos tempos, e sob influência dos romanos, os relevos apresentaram maior profundidade e arredondamentos, muitas vezes confundindo os relevos com uma escultura plena.
Nos século I e II começam a aparecer primeiras representações de Buda e seus antigos símbolos. O período Gupta (por volta dos anos 320 à 600), o Buda surge com linhas e contornos claramente definidos, além de ser representado envolto em vestes coladas aos corpo, como se estivessem molhadas.
No mesmo período, a escultura hindu se desenvolve: talham-se relevos para adornar os santuários escavados nas rochas.
Entre os séculos IX e XIII, a escultura indiana volta-se para as formas lineares, sem muitas preocupações com o volume, e cada vez mais passou a ser utilizada como decoração, e não somente como adorno arquitetônico.
Pintura
Basicamente religiosa, as pinturas serviam como a forma mais fácil de aproximar as pessoas de seus deuses. Esta forma de arte teve momentos serenos e espirituais, assim como energéticos e voluptuosos.
A pintura era baseada sempre nas iluminuras dos manuscritos de textos sagrados. O principal tema das pinturas eram as epopéias hindus tradicionais, sobretudo a vida do deus Krishna. E suas superfícies geralmente eram em estandartes, tapeçarias e paredes e muitas vezes nos próprios manuscritos.
Pata Chitra
O próprio nome já define: PATA = tecido / CHITRA = pintura, retrato ou ilustração. Sendo assim, Pata Chitra significa pintura em tecido. São pinturas folclóricas religiosas da Índia, que apresentam linhas fortes e cores brilhantes, porém sem sombras e perspectivas. Os temas dividem-se em seis categorias: pinturas do deus Jagannath; episódios épicos; temas folclóricos; rituais de habilidades de deuses e deusas; pássaros e animais, e temas eróticos. Os trabalhos servem como fonte de renda às famílias que fazem e comercializam aos peregrinos que visitam os templos.
As tintas utilizadas são cuidadosamente preparadas pelos chitrakaras (artistas que pintam pata chitras), com pó diluído em um pouco de água, para formar uma pasta, e misturadas a uma goma ou resina de uma planta chamada kaintha. As principais cores utilizadas são o branco, preto, azul, amarelo, vermelho e ocre, e os pincéis são de fibras de plantas ou pêlos de animais.
O curioso das pata chitras é o processo de preparação e proteção da pintura:
São usados dois pedaços de tecido de 4x2m. um pedaço é estendido no chão (macio) e recebe uma camada de goma de tamarindo. Sobre ele coloca-se o outro tecido, que também recebe a goma. Após secar ao sol, é aplicada uma camada de pó de giz e novamente a goma de tamarindo. Depois de seco, aplica-se o mesmo do outro lado. Em seguida, os dois lados devem ser polidos com pedra até obterem uma textura bem macia.
A pintura também é feita em etapas: primeiro a borda, depois as linhas exteriores das figuras em branco, depois o fundo (geralmente com árvores) e finalmente o interior da figuras. Após realizado o trabalho, este recebe uma camada de laca para proteção.
Referencial:
GANERI, Anita. Explorando a Índia. São Paulo, SP: Editora Ática, 1997.
AUUBOYER, Jeannine. GOEPPER, Roger. Mundo Oriental – o mundo das artes. In: Enciclopédia das Artes Plásticas em todos os tempos. Expressão e Cultura, 1966.
Disponível em https://www.edukbr.com.br – acesso em 14 de março de 2007.
Disponível em https://www.historiadomundo.com.br – acesso em 13 de março de 2007.